quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Reflorestamento

"No Brasil, a história dos materiais celulósicos para papel começa em 1790, quando o botânico português Frei José Mariano da Conceição Velloso, publica no Rio de Janeiro a sua "Flora Fluminensis", indicando espécies capazes de uso na produção de papel. Em 1809, Frei Velloso, oficiando ao Ministério Real, anexa uma amostra de papel feito de embira e anuncia planos para a fabricação futura de papel alvejado. Esse ofício e a amostra do papel de embira podem ser vistos no Museu Imperial de Petrópolis, no Arquivo do Castel D`eu, com os dizeres: "O primeiro papel que se fez no Brasil em 16 de novembro de 1809.

Outras referências ao uso de materiais celulósicos para fabricação de papel, no século XIX, indicam a utilização (bem sucedida), na Bahia e no Rio de Janeiro, de troncos de bananeira, pita e gravatá.

A produção industrial de celulose, no Brasil, a partir do pinheiro, inicia-se no Paraná, em Monte Alegre, no início dos anos 40, pelos processos Sulfito e Soda/Enxofre, instalando-se a primeira fábrica pelo processo Kraft na década de 50. A produção em grande escala de celulose de Eucalipo, pelo processo Kraft, foi iniciado no Estado de São Paulo, em 1957, estabelecendo-se o caminho para a grande etapa de industrialização da celulose que, em menos de um quarto de século, levou o Brasil a posição de 6º. produtor do mundo."

O texto acima foi extraído da apostila Histórico da Celulose de Benjamin Solitrenick e, juntamente com outros textos sobre o assunto, pode ser consultado na Bracelpa.

Reflorestamento - 2005 / 2006

No Brasil, as florestas plantadas são a principal matéria-prima para a produção de celulose e papel. Manejadas dentro das mais avançadas técnicas da silvicultura, as plantações de pínus e eucalipto para fins industriais só ocupam áreas anteriormente degradadas pela agricultura e pecuária intensiva. Entre as empresas associadas à Bracelpa, 23 mantêm operações florestais 390 municípios distribuídos em 12 estados brasileiros.

A base florestal do setor é de 1,7 milhão de hectares com plantio de pínus e eucalipto. As empresas do setor mantêm, recuperam e preservam outros 2,7 milhões de hectares de áreas naturais que abrangem a totalidade das áreas de preservação permanente e de reserva legal, em percentuais muito superiores ao mínimo exigido pela legislação ambiental brasileira.

A exclusiva utilização de florestas plantadas pela indústria de celulose e papel diminui a pressão sobre as florestas nativas, bem como fornece a proteção de recursos hídricos por matas ciliares. Além disso, contribui para a preservação da biodiversidade com a adoção de técnicas de plantios consorciados com matas nativas (corredores ecológicos).

Décadas de pesquisa e desenvolvimento de técnicas silviculturais e de manejo florestal, principalmente na área de biotecnologia, elevaram a produtividade das espécies utilizadas. No caso do eucalipto, a produtividade média atinge 40 metros cúbicos com casca por hectare/ano; nas plantações de pínus, ela é de 30 metros cúbicos com casca por hectare/ano.

Florestas Plantadas

As florestas plantadas são uma importante fonte renovável de recursos naturais que, entre inúmeras vantagens, ajudam a preservar nossas florestas nativas. No Brasil, além do setor de celulose e papel outros segmentos se utilizam de florestas plantadas de eucalipto e pínus, numa área total estimada em 5,4 milhões de hectares, que representa 0,5% do território nacional. O setor de celulose e papel responde por 33% deste total, representando uma importante contribuição para a economia do país, na geração de empregos, impostos e superávit na balança comercial brasileira.

As duas principais espécies utilizadas como matéria-prima pela indústria brasileira de celulose e papel são o eucalipto e o pínus, ocupando, respectivamente, 78% e 25% da área florestada. O cultivo do eucalipto no Brasil para fins industriais teve início na primeira década do século 20, enquanto a introdução das espécies de pinus para o suprimento de setores produtivos ocorreu no final dos anos 1950. A introdução dessas espécies de acordo com áreas adequadas para o plantio, além de fatores ambientais favoráveis à silvicultura no país, foi essencial para o suprimento confiável de matéria-prima e para o desenvolvimento da indústria brasileira de celulose e papel.

Fomento Florestal
Iniciativa da indústria brasileira de celulose e papel, o fomento florestal vem ganhando espaço e importância em empreendimentos do setor. Por meio dessa iniciativa, as empresas oferecem a pequenos e médios produtores rurais a oportunidade de plantar florestas em conjunto com suas outras atividades. A parceria com esses produtores constitui um importante mecanismo para o desenvolvimento dos negócios do setor, com a expansão da áreas de florestas plantadas, além de contribuir com o processo de distribuição de renda e fixação do homem ao campo.

As ações de fomento, realizadas em diversos pontos do país em parceria com as empresas do setor de celulose e papel, caracterizam-se por sua adequação agronômica e ambiental. O que inclui a transferência de conhecimento e acesso a novas tecnologias para que a produção se dê com o máximo aproveitamento de recursos, mínimo desperdício e respeito ambiental.

Em 2006, o Ministério do Meio Ambiente registrou plantios da ordem de 627 mil ha incluindo plantios novos e reformas na área de florestas plantadas no país. Estima-se que desse total, 157 mil hectares foram realizados em pequenas e médias propriedades, com o apoio de fomento florestal, gerando renda adicional para os agricultores.

Certificação Florestal

A indústria brasileira de celulose e papel possui a maior área de florestas certificadas entre os setores de base florestal do país, de acordo com os critérios de certificação florestal existentes e reconhecidos pelo setor, o Forest Stewardship Council (FSC) e o Programme for the Endorsement of Forest Certificatiom (PEFC), ao qual o Sistema Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor) é afiliado.

Até 2005, foram certificadas pelos dois sistemas cerca de 2,9 milhões de hectares de florestas, nelas incluídas as florestas plantadas, as áreas de reserva legal e de preservação permanente, manejadas pelo setor de celulose e papel.

Tais certificações asseguram a utilização de critérios de sustentabilidade na gestão de áreas florestais, de modo a propiciar práticas que sejam ecologicamente adequadas, economicamente sustentáveis e socialmente justas.

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